quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Um pouco da minha história

Dizem que nasci no dia 15 de março de 2012, mas eu não me lembro. Bem que gostaria. Seria legal saber como era minha mãe e se eu tenho algum irmão gêmeo. Já pensou? Dois cães lindos, maravilhosos andando por aí? Seria legal. O fato é que não me lembro de nada. Só dos meus primeiros donos. Lembro que eles foram morar numa casa de fundos num bairro bem bonito de Nova Friburgo. Ah, esqueci de dizer: sou friburguense! Mas voltando à casa...a dona da propriedade, que morava na casa da frente, não queria bicho lá. Mas me levaram assim mesmo, alegando ser só por uns dias. E fui ficando....ficando...fiquei. Me batizaram de Spiker, não sei porque. Só que a dona da casa não me chamava de jeito nenhum por esse nome. Era sempre "Rufus". Ela dizia confundir com o nome de outro cachorro, de uma amiga. Como confundir um vira-lata com um pitbull???? Eu, hein Eu ficava o dia inteiro sozinho. Ficava muito triste. Mas o pior estava por vir. Meus donos se mudaram. Acabei na rua. Mas exatamente na Avenida Alberto Braune. Perambulei bastante até encontrar uma pessoa que me deu atenção: a Ciomara, do Supermercado das Louças, em frente à prefeitura. Lá recebia comida, vacina, banho. Recebi outro nome também: Fred, em homenagem ao craque do Flu.Era tratado com carinho, mas não tinha uma casa. Afinal, ela não podia levar todos nós - eu e vários outros cachorros abandonados - pra casa. Mas já estava muito bom né? O pessoal que trabalhava lá também foi muito carinhos comigo. Foi ali que conheci um amigão: um cachorro maior que eu, branquinho. Andávamos sempre juntos e aprontamos bastante na Alberto Braune. Todos nos conheciam. Tinha um pessoal da prefeitura que sempre falava com a gente também. Dormimos muito naquele pátio. kkkk Minha vida começou a mudar por causa da inauguração de um bar, no Paissandu. Era uma quarta-feira, dia 26 de fevereiro de 2014. Eu estava andando pelas ruas, curtindo a noite, quando vi uma movimentação. Fui lá. Com certeza alguém me daria algumas sobras de comida, principalmente carne. Muita gente nas mesinhas colocadas na calçada. Assim que é bom. Na calçada podemos circular livremente. Dentro do estabelecimento não dá pra entrar. Ganhei alguns pedacinhos de carne e estava feliz com os muitos carinhos recebidos. Foi quando avistei a mãe da minha ex dona. Gosto muito dela. Ela falou comigo e, quem estava com ela? Aquela dona da casa bonita que eu havia morado, a Lili. Lá pras tantas ela e Deise - que também me conhecia - foram embora. Resolvi segui-las. Num certo momento, Deise perguntou pra Lili: "Você sabe quem é este cachorro que está seguindo a gente? É o Spiker, o Rufus". E aí que minha vida mudou radicalmente...